Saúde vocal

Patologias e anomalias vocais

As patologias e anomalias vocais são como um fantasma que aterrorizam a maioria dos profissionais da voz seja porque já possuem esses problemas ou por medo de vir a ter. É comum escutarmos notícias de profissionais da voz que tiveram que parar suas atividades para realizar algum tipo de tratamento ou até mesmo cirurgia para curar uma patologia vocal.

Vamos falar hoje sobre algumas dessas patologias e anomalias, lembrando que é muito importante sempre procurar o acompanhamento de um otorrinolaringologista para monitorar a saúde da sua voz.

A fenda, por si só, não é necessariamente uma patologia. Ela é caracterizada por um espaço entre as pregas vocais na hora da fonação. Nesse momento, as pregas vocais deveriam realizar um fechamento completo.

As fendas podem aparecer por conta de um sono desajustado e até mesmo em períodos menstruais, no caso das mulheres. Também podem ser resultado de má técnica vocal, comportamento inadequado ou até problemas anatômicos ou neurológicos. Quando a fenda não estiver ligada com problemas maiores como cisto, nódulo ou outra patologia trata-se de um problema relativamente simples e possível de tratar com fonoterapia e aulas de canto.

As principais características de uma pessoa que possui fenda vocal são a rouquidão, a voz baixa e soprosa (sem amplitude e com excesso de ar).

Fique atento! Um bom exame, com um especialista, pode detectar o problema rapidamente e certamente ele será resolvido !

O nódulo vocal é uma lesão benigna, geralmente bilateral (ou seja,presente em ambas pregas vocais), causada normalmente por abuso vocal (contato frequente e em forte intensidade entre as pregas vocais durante a produção dos sons).

Os comportamentos vocais mais relacionadas à formação dos nódulos a longo prazo são: cantar sem técnica por muito tempo, gritar, falar muito alto, falar por muito tempo, falar em ambientes ruidosos, falar durante movimentação física intensa, falar rápido demais, emitir sons com muita força, falar com ressonância mais baixa forçando a garganta, pigarrear excessivamente.

Os principais sintomas são rouquidão, soprosidade, cansaço vocal, perda da qualidade da voz, dor na laringe ou no pescoço, pigarro excessivo e dificuldade de produzir notas agudas.

O tratamento é feito com fonoterapia e em alguns casos é necessária a cirurgia. Não tratar de nódulos vocais pode fazer com que estes evoluam para calos.

É uma lesão que se projeta para fora da cobertura da prega vocal, na maioria das vezes unilateral. A causa pode ser um grito muito forte, choro constante, etc. Os sintomas mais comuns são rouquidão, soprosidade variável, incoordenação na intensidade da voz, sensação de corpo estranho na garganta. O tratamento é na maioria das vezes cirúrgico, mas em alguns casos em que o pólipo ainda é pequeno pode ser possível resolver com fonoterapia. O cisto é uma variação anatômica das pregas vocais. Ele é uma cavidade fechada que fica no interior da prega vocal podendo ser de tamanhos variados. Em alguns casos é tão pequeno que nem sequer faz diferença na voz. Porém, em outros casos pode incomodar o profissional, que deve procurar fonoterapia ou, em casos mais extremos, a cirurgia. Os sintomas de uma pessoa com cisto vocal são bem parecidos com os de uma pessoa que possui nódulo vocal. O sulco também é uma variação anatômica, que se caracteriza por ser uma depressão na prega vocal, variando em profundidade e extensão. Diferente das outras patologias da voz, a etiologia dos sulcos não está completamente esclarecida. Alguns acreditam ser o sulco de origem congênita, enquanto outros, de origem adquirida. Da mesma forma que o cisto, ele pode simplesmente não interferir na qualidade da voz. Para os casos em que há uma perda da qualidade vocal, é indicado fonoterapia (após diagnóstico do médico otorrinolaringologista).  Alan Patrick, é Cantor/Compositor e Professor de Canto filiado ao Full Voice, referência em Técnica Vocal no Brasil.