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GUIGNARD E MARCIER, MESTRES DE UMA ÉPOCA

Recebi do amigo e subsecretário de Cultura Edson Brandão, um convite para uma palestra sobre o acervo de arte moderna do Palácio das Artes que está em Barbacena, no Museu da Loucura, em uma exposição itinerante patrocinada pela Fundação Clóvis Salgado. Dos vários artistas que se apresentam na mostra, alguns tenho o prazer de conhecer há anos, como Yara Tupynambá e o saudoso Inimá de Paula, que no primeiro governo de Toninho Andrada também estiveram em nossa cidade a convite do prefeito, do Edson e da amiga Gogóia, nos tempos da Fundac.

Na palestra, Edson Brandão fala dos artistas que compõem a exposição “Recorte”, que em sua formação inicial tiveram como orientador o grande Alberto da Veiga Guignard, este sim, digno de ser chamado de Mestre, pois foi um professor tão capaz de envolver os seus alunos, sendo que praticamente toda uma geração de artistas passaram por suas mãos e até hoje brilham nas artes mineiras. Guignard era muito culto e talentoso, mas na mesma proporção muito humilde e despojado da vaidade que hoje impera no meio artístico. Foi trazido a Minas Gerais por Juscelino Kubitschek, então prefeito de Belo Horizonte. Morreu pobre, mas genial.

Emeric Marcier é outro nome que em breve ganhará uma homenagem no Palácio das Artes, digna de sua importância. Áleas, lamento o falecimento na semana passada do Dr. Fernando Victor de Lima e Costa, meu ex-diretor no Colégio Estadual, amigo de Marcier e colecionador de suas obras. O pintor romeno passou parte da sua vida em Barbacena e destacava que o nosso entardecer tem cores e uma luminosidade que nunca viu em outra parte do mundo, fato que traduziu em suas telas. Nossas famílias tem laços de amizade e me lembro que quando criança, juntamente com os meus saudosos pais Dallila e Arnaldo, acompanhados dos pais da amiga Debinha Marcier, Ana Catarina e Marcos Vale, visitávamos o sítio do artista no Monte Mário, sendo que a decoração bucólica e as pinturas sacras já me impressionavam com as suas formas quase medievais. Boas lembranças! Marcier também merece todas as homenagens…

Em nome do prefeito Toninho Andrada tive a oportunidade de acompanhar Edson Brandão nas negociações iniciais destes dois eventos culturais históricos para Barbacena, quando estivemos com o Secretário de Estado da Cultura, Angelo Oswaldo e o presidente da Fundação Clovis Salgado, Augusto Nunes Filho, oportunidade em que lembramos como Guignard e Marcier, além da sua arte nos dão até hoje lições importantes, pois não faziam um trabalho meramente mercantil ou militante. Não havia “ocupa isso ou aquilo”. Se ocupavam sim da pintura, da criação e acreditavam verdadeiramente na redenção do Homem pela Arte. E ponto final!

Foto/crédito: Débora Marcier

José Augusto Penna Naves, é Professor universitário; especialista em Metodologia do Ensino e mestre em Direito Público. Colunista, cientista político, palestrante; Secretário Chefe da Casa Civil da Prefeitura de Barbacena.