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DIA DA VITÓRIA: VOCÊ CONHECE O MONUMENTO DEDICADO AOS PRACINHAS/EXPEDICIONÁRIOS EM BARBACENA?

Por Fabrício Robson.

Nesta segunda-feira, 08 de maio de 2023, comemora-se o 78º ano do término da II Grande Guerra, conhecido também como DIA DA VITÓRIA.

Tal data é lembrada com muito orgulho em outros países, mas não em nosso país. No Brasil, são realizadas solenidades, pois constam em seu calendário militar e de algumas cidades, tornando tal data não um evento ou uma relembrança, mas um simples compromisso em cumprir o calendário, que por vezes é deixado de lado ou passa-se despercebido de divulgação. Muitas vezes, as solenidades são compostas de discursos de pessoas “influentes” dos municípios, que realizam uma leitura de uma nota copiada de sites de buscas, nem ao mesmo sabendo do que estão falando ou como tudo aconteceu, ou por militares ou alguma autoridade, que por vezes, estão desmotivados pela falta de apoio institucional e a falta do sentimento patrióticos e histórico.

Algumas cidades usam esta data para a entrega de alguma medalha de significado regional, que geralmente é entregue a pessoas (civis e militares) que prestaram relevantes contribuições àquela cidade, sendo sua indicação usualmente política.

O Dia da Vitória é uma mistura de sentimentos para aqueles que estiveram no fronte e para suas famílias; em uma época que verdadeiras crianças, saíram de suas casas, principalmente das zonas rurais, onde nunca tinham ouvido falar de guerra e nem ao mesmo, sabiam ao certo o que era se voluntariar para tal feito. Deixaram suas famílias e casa, onde muitos nunca tinham saído de perto, e foram realizar o treinamento militar e na sequência, embarcar para o desconhecido, no caso, para a Itália, onde descobriram realmente o lugar onde estavam após o desembarque. Brasileiros de várias partes do país reunidos em terras desconhecidas sem entender o verdadeiro motivo.

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Barbacena é um dos municípios que possuem um monumento dedicado aos Pracinhas da Segunda Guerra, pois enviou um contingente com cerca de 115 homens para guerra. Tal monumento foi construído por meio de iniciativa popular, com seu projeto anunciado em maio de 1945 e inaugurado há 72 anos, em 21 de janeiro de 1951, em um domingo, na Praça Dom Silvério (Praça do Rosário), com presença massiva da população para a cerimônia. O monumento possui em seu topo, a estátua de um soldado empunhando um fuzil (soldado desconhecido); nas laterais das colunas estão representações de militares do Exército e Aeronáutica. Há ainda 02 medalhões, cada um, homenageando dois expedicionários tombados em combate; o soldado José Leite Furtado que foi morto em Montese e o Tenente Alipio de Andrada Serpa, morto durante o naufrágio do navio Arará, bombardeado por um submarino alemão, enquanto ajudava seus companheiros. O medalhão que se refere a Aviação foi roubado em 2020, recuperado posteriormente.

Sua coluna possui a forma da vela de submarino (parte exposta do submarino); referenciando a Marinha, que é a Força mais antiga do Brasil, seguida do exército e aeronáutica.

Às vezes, pela correria do cotidiano ou falta de interesse, o monumento passa-se desapercebido pelos olhos daqueles que por ali passam. No dia 08 de maio, ele ganha mais vida (quando há solenidade); com os Pavilhões hasteados e uma coroa de flores depositada sob sua base. Quando passar pelo monumento dos Expedicionários, pare um pouco e leia o que ali está escrito. Conheça um pouco da história!

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Infelizmente, com o passar dos anos, o Dia da Vitória vai se tornando apenas um dia comum; as solenidades cívico-militares não possuem divulgação devida pelos órgãos de direito; as escolas não movimentam seus alunos para prestigiá-lo; a população não se desloca para prestigiar, a exemplo do 07 de setembro (que a cada ano reduz seus participantes também).

Seria ótimo se a cultura fosse valorizada, divulgada, difundida e valorizada em nossa cidade das Rosas, pois temos o prazer de possuirmos um símbolo em nossa cidade; mas em todo território nacional.

PARABÉNS a todos os pracinhas, em especial aos de nossa região; que conduziram no braço o nome de nosso país a um conflito que irá ser contado para sempre; PARABÉNS aos verdadeiros heróis, que mesmo não sabendo exatamente o porquê de estarem ali, lutaram bravamente e libertaram a população da Itália.

Aprenda e ensine a seus filhos o que foi e o que passaram os brasileiros que lutaram nos teatros de operações. Aprendam que heróis são os que estão dispostos a morrer por um objetivo e na defesa de terceiros, não àqueles que estão na TV.

O Brasil enviou 25.445 soldados para a luta, tendo cerca de 3 mil feridos e mais de 450 baixas. Não deixemos que seus feitos sejam perdidos com o tempo.

Pesquise sobre os feitos da FEB na guerra, e que nos dias 08 de maio, quando ouvir uma aeronave da FAB realizando sobrevoos na área do Monumento do Expedicionário, escutar a salva de tiros seguida do depósito de uma coroa de flores no monumento ao som do toque de silêncio, saibam o porquê alguns estarão com olhos lacrimejados e com extremo orgulho ao ouvirem e entoarem a Canção do Expedicionário. Valorize os pracinhas remanescentes. São muito poucos que estão entre nós.

O ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB), João Rodrigues da Costa é atualmente, o único representante dos pracinhas da FEB em nossa cidade de Barbacena e região.

Não deixemos a história e a memória dos expedicionários se perderem. Valorize-a. entenda-a, estude-a, visite os museus. Dê valor aos Monumentos da Segunda Guerra, e se sua cidade o possuir, como em Barbacena; faça com que a prefeitura cuide muito bem deles; pois são as lembranças destes heróis e histórias, as quais devem ser rendidas homenagem e reconhecimento.

“Que nossa história nunca fique esquecida e que as gerações do presente e futuro, possam entender a importância e o reflexo dos acontecimentos passados em nossa sociedade atual, bem como, as ações do presente e seus impactos no futuro”. (Fabrício Robson de Oliveira, 2021).

Parabéns, FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA! Não deixaremos sua história cair no esquecimento. A “Cobra vai continuar fumando” e continuaremos “Sentando à Púa”!

Fabrício Robson de Oliveira

Especialista em Direito Internacional; Bacharel em Direito e Pesquisador em Segurança e Defesa

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Textos e fotos Fabrício Robson e Januário Basílio (capa).