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Festival de Prados celebra a música e a educação com 14 dias de programação gratuita

Idealizado há 45 anos pelos maestros e compositores Olivier Toni e Adhemar Campos Filho, o Festival reúne grandes nomes da música em concertos, oficinas e palestras entre 17 e 30 de julho nas cidades de Prados, Tiradentes e Barbacena (MG).

O amor pela música e por ensinar dão a tônica, há 45 anos, ao Festival de Música de Prados, em Minas Gerais, um dos mais tradicionais e longevos eventos dedicado à música de concerto no Brasil. Realizado desde 1977, este ano a iniciativa amplia sua abrangência: além de Prados, as cidades mineiras de Tiradentes e Barbacena, também sediam a programação gratuita que ocorre entre 17 e 30 de julho.

Durante 14 dias, os moradores da região serão convidados a viver e ouvir música, além de praticá-la. Serão 17 apresentações, que incluem concertos e recitais; 18 oficinas de instrumentos e musicalização, além de uma oficina de choro, improvisação e prática em conjunto; e duas palestras com Flávia Camargo Toni, professora titular e pesquisadora do Instituto de Estudos Brasileiros da USP (veja a programação completa mais abaixo).

Grandes expoentes da música, premiados internacionalmente, participam do festival conduzindo as apresentações e as aulas. Um dos mais importantes nomes deste cenário, o violonista Octávio Deluchi, é um deles. Pradense, ele é vencedor do IBLA Grand Prize, já se apresentou no Carnegie Hall, em Nova York (onde cursa doutorado) e desponta como um dos maiores talentos do violão brasileiro na atualidade. Outro grande nome desta edição é a pianista Rosana Diniz, ganhadora de prêmios internacionais como o 1º lugar no Concurso Nacional da Polônia, Friederich Chopin de Varsóvia. O violoncelista Mauro Brucoli, graduado na Academia de Sofia/Bulgária e atualmente 1º violoncelo solista da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo também integra o grupo de nove professores e 22 bolsistas que estarão em Prados.

Este ano, o Festival de Música de Prados celebra o centenário da Semana de Arte Moderna e boa parte da programação terá como destaque obras do compositor Heitor Villa-Lobos, principal nome da música brasileira presente na semana de 1922. De acordo com o violinista Fabio Brucoli, diretor artístico do festival, o foco em Villa-Lobos tem como objetivo celebrar a inestimável importância do compositor para a cultura brasileira. “Mesmo sendo reconhecido como um dos maiores compositores do mundo, sua obra, de forma geral, é desconhecida por grande parte dos brasileiros. O público terá acesso, dentre outras obras do compositor, ao seu Choro nº 7 ou ‘Settimino’, a Bachiana brasileira nº 9 e ao seu ‘Concerto para Violão e pequena orquestra’”.

Também haverá na programação, como conta Brucoli: “A História do Soldado” de Igor Stravinsky, obra marcante de 1918, que dialoga de forma inequívoca com a nossa atualidade. O Prelúdio “L’après-midi d’un faune” de Claude Debussy, precursor do modernismo e grande influenciador da música brasileira no século 20. Do imenso compositor barroco Johann Sebastian Bach, principal influenciador na música de Villa-Lobos, duas de suas mais importantes obras orquestrais, os “Concertos de Brandenburgo nº 3 e nº 6. “Não esquecendo do aniversário de 200 anos do compositor romântico belga, César Franck, apresentaremos no dia 30 de julho, uma de suas grandes obras, o “Quinteto para Piano e quarteto de Cordas” com Rosana Diniz ao piano.”

Construído ao lado da população (e para ela), um dos maiores motivadores do Festival é o convívio em torno do fazer musical, de maneira visível também para os moradores. “Criamos uma atmosfera de inclusão para as atividades artísticas e demonstramos que a integração entre as pessoas se complementa através da produção artística”, destaca o coordenador do festival, Eduardo Toni Raele.

Para Marize Mattos, analista especialista do Instituto Cultural Vale (patrocinador do festival), Prados é uma cidade que tem a música em sua história. “Para o Instituto Cultural Vale, que acredita no poder transformador da cultura na vida das pessoas, estar ao lado deste festival, em sua 43ª edição, é motivo de alegria. Através deste evento pensado para todos e abraçado pela cidade e seus moradores, os sons do Brasil e das Minas Gerais são levados de geração em geração”.

O 43º Festival de Música de Prados conta ainda com o patrocínio da Lei Federal de incentivo à Cultura e da Prefeitura Municipal de Prados.

 

Os legados da educação musical

O Festival de Prados sempre teve uma vocação distinta dos demais festivais de inverno. Nele, a educação musical voltada à comunidade,é tão importante quanto os concertos, recitais e demais apresentações. Uma marca legada de seus idealizadores, os maestros e compositores Olivier Toni (falecido em 2017) e Adhemar Campos Filho (falecido em 1997). Toni nutriu um grande amor pela educação. Fundou duas escolas que são referências na área: o Departamento de Música da Escola de Comunicação e Artes da USP e a Escola Municipal de Música de São Paulo. Além de quatro orquestras: a Sinfônica Jovem de São Paulo, a Orquestra de Câmara de São Paulo e as Orquestras Sinfônica e de Câmara da USP.

De acordo com Eduardo Toni Raele, o festival foi criado para fomentar e apoiar a atividade musical na cidade, oferecer concertos gratuitos e pesquisar a música produzida na região durante o período colonial. “Ao longo dos anos, observamos um aumento da participação da comunidade, as apresentações têm casa cheia, assim com o as atividades pedagógicas. A interação com o público infantil é especialmente importante, tendo como suporte principal as oficinas de música e o oferecimento de aulas de musicalização infanto-juvenil por meio de teatro musical. No último dia do evento realizamos a apresentação teatral, com as crianças cantando e atuando juntamente com a orquestra, no Teatro Municipal de Prados”, destaca Raele.

 

A Semana de Arte Moderna e a música de Minas Gerais

Em sua 43ª edição,após dois anos de atividades presenciais interrompidas devido a pandemia, o Festival de música de Prados celebra o centenário da Semana de Arte Moderna, chamando atenção para o envolvimento de intelectuais mineiros nos diálogos sobre o modernismo.  Segundo Eduardo Toni Raele, em 1924, Minas Gerais foi a região escolhida para ser apresentada ao poeta franco-suíço Blaise Cendrars, através da viagem que se tornou conhecida como “descoberta do Brasil”, organizada por Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Olívia Guedes Penteado, Tarsila do Amaral e outros.

“Essa comitiva visitou a região do Campo das Vertentes durante a Semana Santa, e o que viram e ouviram serviu de substrato para o desenvolvimento do modernismo brasileiro. Logo, como o modernismo é um movimento que acontece de forma menos localizada do que se apregoa normalmente, ou seja, não apenas nas cidades do Rio de Janeiro ou de São Paulo, é importante celebrar esta data junto às diversas regiões do país.”

De acordo com Raele, do repertório ‘clássico’ dos três festivais ocorridos em São Paulo em 1922, as obras de autores europeus estiveram representadas principalmente através de Poulenc e Debussy e, dos compositores brasileiros, apenas a música de Villa Lobos. “No entanto, há outros nomes contemporâneos que foram importantes para a crítica e reflexão em torno da música do modernismo, como a de Stravinsky. Esses quatro compositores estarão presentes nas apresentações musicais do Festival.

 

História do Festival de Prados

A trajetória do Festival de Prados remonta a meados de 1970, quando Olivier Toni visitava cidades mineiras em busca de partituras coloniais. Ao chegar em Prados, se surpreendeu com a atividade musical da cidade: com pouco mais de 5 mil habitantes, a cidade possuía banda, coro e orquestra, organizados por uma entidade musical criada em 1859, a Lira Ceciliana, então dirigida pelo maestro Adhemar de Campos Filho, natural de Prados.

“Eles rapidamente fizeram amizade e combinaram que no ano seguinte, na segunda quinzena de julho, Toni levaria a Prados alguns estudantes do curso de Música da USP, do qual era diretor, para tocarem juntos com os pradenses, aprenderem, ensinarem e conviverem com a comunidade durante a segunda quinzena de julho. Essa tradição perdura até os dias hoje, graças à relação do público com o festival”, conta.

 

Confira a programação completa:

17 de julho – Domingo

Concerto de abertura do 43º Festival de Música de Prados

Local: Igreja Matriz N. Sra. da Conceição

Horário: 20h30

“Duo MaximeChordis” de Violino e Contrabaixo

– Obras de Guerra Peixe e Villa-Lobos.

Violino:Juan Rossi / Contrabaixo: Gustavo Fontes

– H.Villa-Lobos: Sonata nº2 para Violoncelo e Piano

– H.Villa-Lobos: “O canto do Cisne Negro”

Violoncelo:MauroBrucoli / Piano: Rosana Diniz

 

18 de julho – Segunda-feira

Inscrição para as oficinas de instrumento e musicalização

Local: Casa da Música

Horário: das 9h00 às 12h00 e das 13h às 17h

*Palestra – A música no panorama das artes na Semana de Arte moderna, palestra com a Professora Flávia Camargo Toni

Local:  Casa da Música

Horário: 20h30

 

19 de julho – Terça-feira

Música e engajamento: em torno de Mário de Andrade, palestra com a Professora Flávia CamargoToni

Local: Casa da Música

Horário: 20h30

 

20 de julho – Quarta-feira

Recital de Música de Câmara na Matriz

Local: Igreja Matriz N. Sra. da Conceição

Horário: 20h30

– H.Villa-Lobos: “Lenda do Caboclo”

-H.Villa Lobos: Sonata Fantasia “Desesperança”

– Claude Debussy: Sonata

– Cesar Franck: Sonata

Violino: Fabio Brucoli / Piano: Rosana Diniz

 

21 de julho – Quinta-feira

Recital de Música de Câmara na Lira

Local:  Casa da Música

Horário: 20h30

 

22 de julho – Sexta-feira

Concerto da Orquestra do 43º Festival de Música de Prados

Local: Tiradentes – MG, na Igreja Matriz de Santo Antônio

Horário: 20h30

– J.S.Bach: Concerto de Brandemburgo nº6

– J.S.Bach: Concerto de Brandemburgo nº3

– H.Villa-Lobos:  Prelúdio da Bachiana nº4                                                          –

– H.Villa-Lobos: Bachiana nº9  para Orquestra de Cordas

Regente: André Bachur

 

23 de julho – Sábado

Chorões da Lira: Apresentação de Choro com os músicos do Festival

Local: Vitoriano Veloso (Bichinho), na Igreja Nossa Sra. da Penha  de França

Horário: 16h00

Concerto da Orquestra do 43º Festival de Música de Prados

Local: Igreja Matriz N. Sra. da Conceição

Horário: 20h30

– J.S.Bach: Concerto de Brandemburgo nº6

– J.S.Bach: Concerto de Brandemburgo nº3

– C.Debussy: “PreludeL’apresmidi d’unfaune”(versão de A.Schoenberg)

– H.Villa-Lobos:  Prelúdio da Bachiana nº4

– H.Villa-Lobos: Bachiana nº9  para Orquestra de Cordas

Local: Igreja Matriz N.Sra. da Conceição

Horário:  20h30

Regente: André Bachur

 

24 de julho – Domingo

Retreta da Banda da Lira Ceciliana (Concerto ao ar livre)

Local: Praça Dr. Viviano Caldas

Horário: 11h00

Regência: Adhemar Campos Neto

 

Concerto da Orquestra e Coro da Lira Ceciliana

Local: Igreja Matriz N. Sra. da Conceição

Horário:  20h30

Regência: Adhemar Campos Neto

 

25 de julho – Segunda-feira

Chorinho na Praça com os músicos do Festival

Local: Praça Dr. Viviano Caldas

Horário: 17h30

 

26 de julho – Terça-feira

Concerto da Orquestra do 43º Festival de Prados

Local: Barbacena – MG, no Auditório da Estação Ponto de Partida (R. Amilcar Savassi, 350)

Horário: 20h30

 

27 de julho – Quarta-feira

Recital de Música de Câmara na Matriz

Local: Igreja Matriz N. Sra. da Conceição

Horário: 20h30

 

28 de julho – Quinta-feira

Recital de Música de Câmara na Lira

Local: Casa da Música

Horário: 20h30

– H.Villa-Lobos: Choros nº7, “Settimino”

– I.Strawinsky: “A História do Soldado”

Regente:AndréBachur

 

29 de julho – Sexta-feira

Apresentação dos alunos do 43º Festival

Local: Casa da Música

Horário: 20h

 

30 de julho – Sábado

Apresentação Teatral Infanto-juvenil

Local: Teatro Municipal de Prados

Horário: 16h00

Concerto de Encerramento com a Orquestra do 43º Festival

Local: Igreja Matriz N. Sra. da Conceição

Horário:  20h30

– César Franck: Quinteto para Piano e Quarteto de cordas

Piano:Rosana Diniz / Violinos: Fabio Brucoli e Juan Rossi/ Viola: Silvio Catto/ Violoncelo: Mauro Brucoli

– H.Villa-Lobos: Concerto para Violão e pequena orquestra

Regente:AndréBachur / Violão: Octávio Deluchi.

Fonte: Divulgação.

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