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Quase metade dos municípios da região de Barbacena não contam com esgoto tratado

Estudo ainda mostrou que participação dos municípios nas exportações do Estado sofreu retração; veja mais dados sociais, econômicos e de saneamento.

Um levantamento para analisar dados referentes a aspectos sociais, econômicos, saneamento e de exportações dos 49 municípios que compõem a Região Geográfica Intermediária (RGInt) de Barbacena foi realizado pela Fundação João Pinheiro, segundo informação divulgada na quinta-feira (12) pelo Governo de Minas.

A análise foi feita em parceria com a Escola do Legislativo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e a Associação Mineira de Municípios (AMM), com participação da Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ).

De acordo com a professora da UFSJ, Simone de Faria há uma preocupação com o planejamento para que o crescimento seja sustentável.

“A siderurgia, que historicamente foi muito apoiada pelo setor público, seria um setor-chave na economia e, aí, a gente vê que ela não se coloca mais assim. Isso me deixa um pouco mais à vontade para a crítica: a gente tem nos dados essa quebra em relação a esse setor, mesmo sendo muito importante para a economia, o que nos permite ver a necessidade de pensar, em termos de planejamento, em um processo de industrialização um pouco mais amigável com a questão ambiental”, afirmou.

 

Aspectos sociais

Segundo dados do último censo demográfico realizado pelo Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, a RGInt de Barbacena era a segunda menor em termos populacionais.

O tamanho da população da RGInt está diretamente relacionado ao fato dela ser formada por poucos municípios que, de forma geral, são muito pequenos, e à sua baixa taxa média de crescimento populacional (menor que 1% ao ano entre 2000 e 2010).

A pesquisadora Denise Maia explicou que, de acordo com as projeções populacionais realizadas pela fundação, a tendência é de crescimento nos próximos 10 anos, mas de reversão a esse quadro a expectativa é que ocorra em 2040.

“Nas projeções populacionais para a região vocês podem observar que há crescimento até 2030 e, a partir daí, decrescimento. Para 2040 estima-se que 49% dos municípios da RGInt de Barbacena registrarão taxas negativas de crescimento da população”, explicou a pesquisadora.

De acordo com o Índice Mineiro de Responsabilidade social, a situação da RGInt é pior que a do Estado nas dimensões saúde e educação. No entanto, nas demais dimensões, a situação da RGInt de Barbacena é melhor que a do Estado, com destaque para a dimensão segurança pública.

 

Saneamento

Na região geográfica de Barbacena, 46,9% declararam, em 2018, ter política e 63,3% plano municipal de saneamento básico.

Do total de municípios, somente 44,9% declararam contar com ambos instrumentos de planejamento.

Em relação à cobertura de rede de abastecimento público de água:

71,4% possuíam o serviço de abastecimento provido pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa);

16,3% pelas prefeituras;

4,1%, por serviços autônomos de água e esgoto (SAAE) e por Departamento de Água e Esgoto.

Quanto à cobertura de rede de esgotamento sanitário na RGInt, 18,4% recebiam o serviço pela Copasa; 6,1%, por SAAE; 51,0%, por prefeituras.

Em 2018, 46,9% dos municípios da RGInt não tinham esgoto tratado em relação à água consumida e 20,4% apresentaram percentual de cobertura desse serviço acima de 20%.

“Os maiores percentuais de tratamento foram observados em Senhora de Oliveira (91,7%), Prados (64,8%) e Desterro do Melo (64,4%). De acordo com o SNIS, em 2018, os municípios de Belo Vale e Ibertioga possuíam 100% de tratamento do esgotamento coletado”, explicou o pesquisador Frederico Poley.

 

Atividade econômica

A contribuição da RGInt de Barbacena para o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu de 3% em 2010 para 3,3% em 2013. Já em 2016, o número retornou para 3% e daí oscilou positivamente, para 3,1%, em 2018.

Confira outras informações a respeito da contribuição regional para o da indústria, comércio e demais serviços entre 2010 e 2018:

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A agropecuária tem sido uma atividade com participação crescente da RGInt na economia estadual, veja abaixo:

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Na administração pública, houve forte estabilidade na participação da RGInt no período considerado:

3,7% em 2010 e 2013

3,8% em 2016 e 2018.

No intervalo entre 2010 e 2018, portanto, ocorreram mudanças expressivas na composição setorial da produção e no peso da economia da RGInt de Barbacena para o total estadual.

“Seis municípios perfizeram 72,7% do PIB da RGInt em 2018: Ouro Branco acumulou a maior participação, com 21,3%, seguido por Barbacena (14,9%), São João del Rei (11,2%), Conselheiro Lafaiete (11%), Congonhas (8,9%) e Jeceaba (5,3%)”, apresentou o pesquisador Raimundo Leal.

PIB per capita

Em valores correntes, o PIB per capita de Minas Gerais evoluiu de R$ 17,9 mil em 2010 para R$ 23,7 mil em 2013. Já em 2016, o valor subiu para R$ 25,9 mil. Em 2018, o valor registrado foi de e R$ 29,2 mil.

 

Na RGInt de Barbacena, a evolução foi de R$ 14,5 mil para, respectivamente, R$ 21,4 mil, R$ 20,9 mil e R$ 24,8 mil.

 

Exportações

Em 2020, as exportações estaduais registraram crescimento de 4,3%. Nesse período, as exportações dos municípios que compõem a RGInt de Barbacena apresentaram retração de 8,8% em razão da retração das exportações de produtos siderúrgicos (obras de ferro fundido, ferro e aço; ferro fundido, ferro e aço).

A participação das exportações dos municípios da RGInt correspondeu a 3% do total do estado, inferior à registrada em 2019 (3,4%).

Os principais produtos exportados são os siderúrgicos: obras de ferro fundido, ferro e aço; e ferro fundido, ferro e aço.

Em 2020, as exportações de tubos ou perfis ocos de ferro ou aço caíram 42,8% em valor e 41,3% em volume. As exportações de ferro fundido, ferro e aço retraíram-se 17,4%, registrando-se aumento das exportações dos produtos semimanufaturados (29,1%), mas queda das exportações de ferro-ligas (16,5%) e fio-máquina (33,9%).

Em geral, em razão dos desdobramentos da pandemia de Covid-19, houve retração das exportações para importantes mercados dos produtos siderúrgicos mineiros, destacando-se os Estados Unidos, países árabes e europeus. Com isso, a participação das exportações de obras de ferro fundido, ferro e aço registrou 28,3% em 2020, ante 45% em 2019, e as exportações de ferro fundido, ferro e aço, 32,8% ante 36,2%.

Em contrapartida, as exportações de minério de ferro registraram crescimento expressivo de 1.287%. No ano anterior, em razão do rompimento da barragem em Brumadinho e da reclassificação dos padrões de segurança, as operações na Mina da Fábrica, localizada em Congonhas, foram suspensas. Em 2020, com a retomada da operação, a participação das exportações de minério de ferro saltou de 3% para 24,1%.

Fonte: G1 Zona da Mata/foto (arquivo): Januário Basílio.

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