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São João del Rei recebe apresentação gratuita do Espetáculo “Partidas” na quarta-feira 

O Teatro da Pedra apresenta gratuitamente o espetáculo “Partidas” na próxima quarta (10), às 19 horas, no Largo do Rosário, em São João del-Rei. Uma retribuição do grupo à cidade que o abriga, desde sua criação, há 7 anos.

O espetáculo Partidas vem arrebatando corações por onde passa ao dar voz àquelas que cuidam, zelam e amam, mas que quase nunca são ouvidas: as mulheres do interior que deixam suas famílias para ganhar a vida nas cidades grandes!

Mulheres como Carmem Lúcia, interpretada por Fernanda Nascimento, que sonhava ser cantora de rádio e partiu da Serra da Boa Esperança, tendo como única companhia o radinho de pilha que ganhara do Tio Amaro.

Ou como Rosarinha, a menina de 13 anos interpretada por Ana Malta, que é contratada para alfabetizar as crianças da fazenda, mas que acaba se apaixonando pelo filho dos proprietários e, por isso, é expulsa de lá.

E, também, Maria das Graças, interpretada por Elis Ferreira, que, após 39 anos, 6 meses e 5 dias vivendo como doméstica na cidade grande, volta para sua terra natal em busca da irmã Maria de Lourdes, com quem viveu uma infância de cumplicidades, mas passou a maior parte da vida apartada.

 

Personagens reais do Brasil profundo

É de emocionar, de arrepiar e de encher os olhos d´água. E é tudo real: uma história que começou em Coronel Xavier Chaves (MG), município cravado na trilha histórica da Estrada Real, com população estimada pelo IBGE de 3,4 mil habitantes.

Naquele início da pandemia da covid-19, em que a arte estava longe dos palcos, um projeto do Teatro da Pedra convidou mulheres de Coronel Xavier Chaves a narrarem suas histórias de vida. O resultado foi tão rico que nove destas histórias foram selecionadas para darem a base de sustentação do espetáculo “Partidas” que, apesar de começar no interior de Minas, fala de temas universais, como a dor do êxodo, da migração, da partida.

“Há diálogos que reproduzem os depoimentos de forma literal, mas também há construtos de ficção, balizados pela experiência de vida dos atores, que ajudam a tecer as histórias e a forma com que os caminhos dos personagens se cruzam”, explica o diretor, Juliano Perreira.

 

A voz do contraponto

A peça construída coletivamente dá protagonismo a um único homem, o Chiquinho, vivido pelo ator Gustavo Rosário, que funciona como um contraponto à história de vida de tantas mulheres fortes. “Ele olha por trás da montanha, ele quer ir para a cidade grande, mas nunca sai da sua terra”, explica Elis Ferreira.

“Na boiada, já fui boi, mas um dia me montei”, canta Chiquinho, resumindo o passado de quem abriu mão do verdadeiro amor, casou por conveniência, viveu uma vida centrada na expectativa dos outros, até que um dia ouviu seu próprio coração.

 

Cancioneiro popular

O trecho da música Disparada, de Geraldo Vandré e Théo de Barros, sucesso nos festivais da Canção da década de 1960 na voz de Jair Rodrigues, também exemplifica a forma criteriosa com que foi construída a trilha musical do espetáculo, baseada em ampla pesquisa das músicas do cancioneiro popular brasileiro.

Dentre elas, aquela que mais traduz o espírito de “Partidas” e revela de forma mais aguda sua intrínseca ligação com o Brasil profundo: a canção Desenredo, de Dorival Caymmi e Edu Lobo. “Ê Minas, ê Minas, é hora de partir, eu vou, vou-me embora pra bem longe”, canta em coro o elenco, mostrando como o interior do Estado pode se transformar no centro do mundo para entoar a experiência da dor humana.

Fonte: Divulgação/foto (arquivo): Marlon de Paula.

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