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Barbacena completa 231 anos: Conheça um pouco sobre a história do município

Neste domingo (14/08) o município de Barbacena celebra 231 anos de emancipação política e administrativa, com missa em Ação de Graças realizada no Santuário da Piedade, e,  à tarde, acontece Shows na praça Adriano de Oliveira (praça da Estação) com apresentação, às 17h, dos músicos do conservatório Heitor Villa Lobos. Às 19h acontece a premiação do concurso de fotografia, e às 20h início do show “Encontro Marcado”, que reunirá no mesmo palco a banda 14 bis, Sá & Guarabyra e Flávio Venturini.

Localizado na mesorregião denominada Campo das Vertentes, com população estimada em 139.061 habitantes (IBGE-2021), Barbacena está localizado a cerca de 168 km de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais. Possui extensão aproximada de 759,186 km² e altitude de 1.160 metros em relação ao nível do mar.

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O município é importante polo econômico macrorregional, com comércio e prestação de serviço bastante diversificado, e referência em saúde e segurança pública. Possui PIB per capita de R$ 22.749,16 (IBGE-2019), tem na fruticultura, agricultura e pecuária e na produção de rosas e flores, juntamente com comércio varejista e prestação se serviços, seus principais indicadores econômicos.

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Encontram-se sediados em Barbacena importantes órgãos públicos, tanto a nível estadual bem como federal, que contribuem para reforçar a importante que o município possui para dezenas de outras cidades circunvizinhas, tais como: A 13ª Região e 9º Batalhão de Polícia Militar; 13º Departamento e 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil; 2ª Companhia Independente de Bombeiros Militar; Superintendência Regional de Saúde (SRS); Superintendência Regional de Ensino (SRE); Campus do IF Sudeste MG; Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR); Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC); Campus da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG); unidade regional da Receita Estadual Federal; sede do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência Centro-CISRU (SAMU Regional), dentre outros importantes estabelecimentos que contribuem para reforçar e destacar a polarização que Barbacena exerce sobre diversos municípios que compõem sua Região Integrada de Desenvolvimento.

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História do município

A formação como arraial começou na primeira metade do século XVIII, mas só em 1791, o então Arraial da Igreja Nova foi separado da Vila de São José Del Rei, hoje Tiradentes.  Em 14 de agosto do mesmo ano, o Visconde de Barbacena, Dom Luís Antônio Furtado de Mendonça, então governador da Capitania de Minas Gerais, promoveu a elevação do arraial à condição de vila e deu a ela o título de Barbacena. Na fronteira entre Portugal e Espanha há um vilarejo como nome de Barbacena.

Cidade marcada pela política desde o Brasil Colônia, Barbacena foi terra natal de dois Governadores, Chrispim Bias Fortes e Antônio Carlos Ribeiro de Andrada. A cidade também é ficou conhecida por abrigar o Hospital Colônia, o maior hospício de Minas Gerais por 100 anos, além de manter na tradição o cultivo de Rosas.

 

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Os primórdios

Antes da dominação europeia do atual território que delimita o município de Barbacena, a região era ocupada por grupos indígenas das etnias Puri, Coropó e Coroados. Os últimos remanescentes dos primeiros habitantes do que viria a ser a Comarca do Rio das Mortes foram percebidos por viajantes estrangeiros até a primeira metade do Século XIX. Mortos, expulsos de suas terras ou miscigenados e induzidos ao alcoolismo, pouco deixaram de seu mundo. Artefatos arqueológicos ainda hoje são encontrados na região. Nada mais restou deles.

 

Caminho Novo

A história da Vila de Barbacena tem início em 1698, quando o Capitão Garcia Rodrigues Paes, filho do bandeirante Fernão Dias Paes, abre um caminho mais curto para a ligação entre o Rio de Janeiro e o interior das Minas Gerais. Assim surgiu o primeiro núcleo colonial desta imensa região, no entroncamento dos Caminhos Velho e Novo, posteriormente, Estrada Real. Por este Caminho Novo não só passaram todas as riquezas do Ciclo do Ouro, como também vários episódios históricos, entre eles, a reação armada à invasão do Rio de Janeiro, pelo corsário francês Duguay-Trouin, em 1711, a Guerra dos Emboabas e a Inconfidência Mineira. Os locais referenciais dessa época são as Fazendas do Registro (hoje Sá Fortes) e Borda do Campo (hoje Antônio Carlos).

 

O Arraial da Igreja Nova

O nascimento do arraial começou pela construção capela consagrada a Nossa Senhora da Piedade que tornou-se matriz em 1726. A capela ainda permanece na Fazenda da Borda. Com a distribuição de muitas sesmarias na região, esta ficou pequena para o grande número de moradores da Borda do Campo, por isso decidiu-se pela construção de uma igreja maior, em terras da Fazenda da Caveira de Cima. A decisão se deu em 1725. Em torno desse templo, em 1753, foi autorizada a construção de casas. O arraial se expandiu à medida que pequenas casas comerciais se estabeleciam para atender os tropeiros que circulavam na Comarca do Rio das Mortes. Em 1791, com a exploração do ouro já em decadência, o então Arraial da Igreja Nova de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campolide, foi elevado à categoria de vila, recebendo o nome de Barbacena. Uma homenagem oportunista ao Visconde de Barbacena, nobre português que governava Minas Gerais. Esse acontecimento se deu simultaneamente aos desdobramentos da Inconfidência Mineira, denunciada em 1789. Cinco dos principais envolvidos no movimento, incluindo Joaquim da Silva Xavier e Joaquim Silvério dos Reis, tinham ligações com Barbacena. O dono da Fazenda da Borda do Campo, José Ayres Gomes foi expulso do Brasil, teve suas terras confiscadas e morreu esquecido em Moçambique, na África. O irmão de Tiradentes, Padre Antônio da Silva Santos e o delator Silvério dos Reis moravam na vila de Barbacena. O padre, na Rua Tiradentes, o traidor, na região do Pontilhão.

 

O nome

Barbacena é a denominação dada ao Arraial da Igreja Nova, quando de sua emancipação em 14 de agosto de 1791. Era o governador de Minas, Luiz Antônio Furtado do Rio de Mendonça, o Visconde de Barbacena que, em meio ao processo de repressão à Inconfidência Mineira, estava sendo pressionado pela população do Arraial a separá-lo do termo de São João Del-Rei. O nome de Barbacena significa, ‘Cabana de Bárbaros’ e é originário de uma aldeia de bárbaros localizada na atual região de Elvas, cidade portuguesa do Alentejo, que até hoje mantém um pequeno distrito com o mesmo nome. A família nobre que ostentava o titulo de senhores de Barbacena marcou a história brasileira com um Vice-rei, um governador da capitania do Rio de Janeiro, de Minas Gerais – o sexto visconde de Barbacena que deu o seu nome à cidade. O Visconde de Barbacena, apesar de ser visto historicamente no Brasil como o algoz dos Inconfidentes, era um nobre culto, especializado em mineralogia e ciências. De volta a Portugal, fez parte do grupo de nobres que não acompanhou a fuga da Corte Portuguesa, em 1808, quando Napoleão Bonaparte, dominou Portugal. Foi um dos interlocutores para garantir que não haveria ataques à população civil. Foi preso por Napoleão.

 

Independência e República

No século XIX, Barbacena continua como uma passagem estratégica para todos que se dirigem ao interior de Minas. Torna-se rota comercial importante e entreposto de víveres e escravos africanos. Com sua influência política consolidada, a Câmara Municipal de Barbacena tem participação ativa na movimentação pela independência do Brasil e mesmo chega a remeter carta a D. Pedro I, ofertando a cidade como capital do Brasil, em caso de ataques da metrópole ao Rio de Janeiro. Personagem de destaque deste período é o Padre Manoel Rodrigues da Costa, dono da Fazenda do Registro Velho, que viveu 92 anos. O suficiente para participar da Inconfidência Mineira, receber anistia da Coroa Portuguesa, participar da Independência, representar o Brasil nas Cortes Portuguesas, apoiar a maioridade de D. PedoII e apoiar a Revolução Liberal de 1842. Na maior parte do Século XIX, os grandes fazendeiros comandam a cidade econômica e policamente. Os imperadores do Brasil, pai e filho visitaram Barbacena em várias épocas. D. Pedro I, concedeu à Vila, o título de “muito nobre e leal”. Mas a lealdade à monarquia brasileira não impediu que o Movimento Republicano ganhasse força entre a elite política local, mesmo com vários barbacenenses de famílias importantes como os Magalhães, os Lima Duarte, os Armond e outras, ocupando cargos importantes nos ministérios e na diplomacia brasileira. Ainda assim, o último monarca brasileiro visitou a cidade três meses antes da Proclamação da República. Aqui se formou um grupo paramilitar de jovens que se propunha a enfrentar Antônio Conselheiro, visto na época como anti-republicano. Foi a “Centúria Republicana”.

Fontes pesquisadas: IBGE e Prefeitura de Barbacena.

Fotos (arquivos): Januário Basílio e Domínio Público.

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