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Padre Fábio Millione com o arquiteto Sérgio Cardoso Ayres

Entidades iniciam recuperação do acervo da Irmandade da Boa Morte

Documentos históricos incluem livros de indulgências e dos ermitães que arrecadavam dinheiro para a construção da igreja

Uma das mais antigas e importantes instituições da região da Zona da Mata, a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, começa a ter os seus documentos higienizados, organizados e recuperados, o que significa a preservação de uma história de mais de 250 anos. Esse trabalho, em sua fase inicial, está sendo realizado de forma voluntária através da parceria de algumas entidades municipais e regionais. Fundada no ano de 1754 e responsável por arrecadar recursos para a construção da Matriz da Boa Morte, patrimônio nacional, a irmandade estabeleceu uma parceria com o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Artístico (COMPHA), Associação Regional de Proteção Ambiental (ARPA) e ARQ7, esta última formada por estudantes de arquitetura, recebendo todo apoio da Paróquia de Nossa Senhora da Assunção, que atualmente tem como administrador paroquial o padre Fabiano Millione Honório.

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Foto: O arquiteto Sérgio Ayres e a estudante Letícia Bispo coordenam os trabalhos

“Aceitamos o convite feito pela provedora da irmandade, Maria Aparecida da Costa Silva, e pela secretária Delliane Coutinho, para revitalizar o acervo da entidade, que permaneceu fechado durante muitos anos na própria igreja”, disse o arquiteto Sérgio Cardoso Ayres. Ele ressalta a importância da parceria e o objetivo de criar um espaço para contar a história da irmandade para a comunidade e para os turistas e pesquisadores que visitam a igreja. “Temos três entidades trabalhando juntas, com voluntários realizando os primeiros trabalhos de limpeza e catalogação. Posteriormente os livros serão analisados, já que também existem obras litúrgicas e até mesmo de literatura. A ideia é criar e conceituar um espaço de cunho museológico com documentos e imagens que possam registrar esta história e permitir que historiadores possam consultar livros centenários que praticamente ainda não foram inventariados”, disse ele. A limpeza dos livros exige material adequado e até mesmo luvas e máscaras. “Primeiramente colocamos os livros dentro de sacos plásticos para, na ausência de oxigênio, eliminar possíveis traças e até mesmo cupins. Agora estamos limpando cuidadosamente página por página”, disse a estudante de arquitetura Letícia Bispo do Nascimento.

Apesar de grande parte do material da paróquia e da irmandade ter sido enviado ao longo dos anos para a Arquidiocese de Mariana, o acervo possui exemplares muito interessantes, como registros de obtenção de indulgências, que eram perdões aos pecados concedidos pela Igreja através de doações, peregrinações ou outras obras. “O acervo possui livros de ouro de doações para a Igreja, obras de cunho religioso, registros de irmãos de outras cidades, e exemplares muito interessante, que são os livros com capa de couro dos ermitães dos séculos XVIII e XIX, que eram pessoas que viviam às expensas da irmandade na “Chácara dos Ermitães” e percorriam Minas Gerais e outros estados em busca de recursos para a construção e manutenção da Igreja da Boa Morte. Por volta do ano 1863 a chácara seria transformada em cemitério”, disse ele. Para Delliane Coutinho, a iniciativa é louvável. “Nossa irmandade, patrimônio cultural imaterial de Barbacena, precisa ser valorizada pelo papel que desempenha na história do município. Temos que manter viva a dedicação das pessoas que, através da fé e do trabalho, muitas dedicando a própria vida, construíram este templo e uma história de devoção secular”, afirmou.

Padre Fábio Millione com o arquiteto Sérgio Cardoso Ayres
Padre Fabiano Millione com o arquiteto Sérgio Cardoso Ayres

Texto: Sérgio Ayres/Fotos: Deliane Coutinho.

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