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MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES ENCERRA COM FILME DIRIGIDO POR INDÍGENA

“Encerrar um festival como a Mostra de Cinema de Tiradentes com um filme dirigido por um indígena é revolucionário”, diz Neville D’Almeida em debate.

Na tarde de sexta-feira (26), no Cine-Teatro Aymoré, a mesa “O tempo do plano, o tempo do processo: duração e invenção” reuniu cineastas e pesquisadores para discutirem a temática central deste ano, “As formas do tempo”, na 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes. Um dos participantes foi o diretor mineiro Neville D’Almeida, que exibiu no evento seu novo trabalho, “Bye Bye Amazônia”. Aos 83 anos, Neville se reinventou nos últimos anos em documentários sobre questões indígenas e de meio ambiente, mesclando o frescor e inventividade de seu cinema às urgências contemporâneas e históricas do Brasil.

“O Brasil precisa de cinema indígena, precisa de cinema negro, precisa de cinema de mendigo, precisa de cinema do fodido”, exaltou Neville, ao defender que a produção do país vive um momento histórico de representatividade atrás das câmeras. Ele lembrou que nenhum festival no mundo já encerrou alguma edição com um filme como “A Transformação de Canuto”, codireção entre Ariel Ortega e Ernesto de Carvalho que será exibido no encerramento da Mostra de Tiradentes, no sábado (27/1). “Um festival desse porte terminar com um filme de um indígena é revolucionário”, afirmou.

Ao falar sobre as “formas do tempo”, Neville D’Almeida recuou a 1895, ano da primeira exibição pública de um filme, para pontuar que, não tendo ainda som, palavras ou músicas, as imagens em movimento dependiam de expressões e olhares. “O que define esses elementos e quais sentimentos devem ser transmitidos sempre foi o tempo. O olho da surpresa, o olho da poesia, do amor, do desejo, surgia pelo tempo”, disse.

Ele lembrou nomes como Humberto Mauro e Mário Peixoto como cineastas da fase silenciosa no Brasil que inventaram seus próprios tempos para expressarem o que buscavam nos filmes. “O tempo, para eles, vinha de decisões existenciais, sempre em busca do sentimento que se queria transmitir. É uma questão de linguagem de decisão, de criação e invenção”.

Também na mesa, o cineasta Ernesto de Carvalho reforçou a relação do tempo com vivências e experiências, em especial num ambiente como um festival de cinema. “Estar aqui vendo e discutindo filmes é um exercício de compartilhar o tempo e isso, nos dias em que vivemos hoje, é muito importante, pois vivemos numa época em que temos a sensibilidade sequestrada por estímulos infinitos”.

Fonte: Luz Comunicação/Leo Fontes.

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