Entre os dias 3 e 10 de fevereiro, parte dos padres da Arquidiocese de Mariana estarão reunidos em Retiro de Espiritualidade, na Borda do Campo, em Antônio Carlos (MG). O primeiro retiro desse ano, conta com a presença de mais de 50 padres e assessoria do Padre Luiz Antônio Reis Costa, pároco da Paróquia Santo Antônio, em Itaverava (MG), membro do clero da Arquidiocese de Mariana.
O retiro teve início na tarde dessa segunda-feira, dia 3, e abordará o seguinte tema: “O presbítero: peregrino de esperança”, inspirado no tema do Jubileu de 2025.
Conforme o pregador, a proposta é que se reze a Esperança e a vida do padre enquanto peregrino de Esperança. Pe. Luiz Antônio acentua, ainda, que o sacerdote pode correr o risco de falar da esperança, mas não ter o devido tempo para meditar e perceber essa virtude central e essencial da sua vida: ser um homem de esperança. Por isso, essa virtude de importante relevância ganhará o centro da reflexão e buscará apresentar os caminhos que levam o presbítero a ser nesse mundo sinal da Esperança.
Foi ainda motivado aos presbíteros a buscar meditar sobre uma pergunta fundamental que pode ajuda-los a bem vivenciar essa experiência: “Onde estás?” (Gn 3,9). Segundo ele, meditar sobre a sua realidade concreta e existencial corrobora para que a sua vida encontre sentido. “A oração para ter eficácia deve ter chão”. Depois, cita o arcebispo de Mariana, Dom Helvécio, que, em certa ocasião, orientou um pregador de retiros a não se fixar somente em teorias, mas que o retiro possa impulsionar os sacerdotes a uma vida pastoral.
Santa Missa
No final da tarde, os padres se reuniram para a Celebração Eucarística. Em sua homilia, Pe. Luiz Antônio, destacou uma minuta das orientações para os retiros do clero, extraídas do Diretório de retiros eclesiásticos do Pe. Milet, SJ, a fim de motivar os presentes a bem vivenciarem o retiro. As orientações da minuta foram dadas pelo Pe. Henri Lacoste a Dom Benevides (1877-1896), bispo da Diocese de Mariana. Segundo o pregador, essas orientações, embora tenham mais de cem anos (1878-1900), são muito atuais.
A primeira orientação e que serve para a edificação espiritual dos sacerdotes é a de que “não é com medo que se reforma um clero”. Conforme Pe. Henri, para reerguer um padre é necessário “recordar-lhe a sua sublime vocação, é engrandecê-lo aos seus próprios olhos”. Depois, continua o orientador, “os padres precisam ser [mais] animados que intimidados”. Para ele, a mais fatal das tentações que enfrentam é o “descoroçoamento”, ou seja, a falta de esperança, coragem ou de ânimo. Por isso, são chamados a reafirmarem a sua vocação e de ter amigos que os estimula, alenta e os consola na caminhada ministerial.
Pe. Henri ainda brada motivando os padres, conforme recorte do Pe. Luiz Antônio: “Coragem, coragem homem de Deus. Eis-nos na vereda que Cristo trilhou. Ele vos comtempla do alto do céu e vai coroar não os seus triunfos, mas os seus esforços”, destaca.
Por último, o pregador acentua como se deve entender a finalidade de um Retiro Espiritual: “para aumentar o conhecimento e o amor a Nosso Senhor Jesus Cristo nos padres e, por meio deles, em todo o povo cristão” (Pe. Henri). Assim, convida a todos os participantes a ter atenção ao que Deus fala e convicção de que Deus fala com eles como a amigos.
Encerrando a homilia, destacou a liturgia do dia como mensagem para nós hoje. Assim como a legião possuiu aquele homem no Evangelho (Mc 5,21-43), são várias as legiões que tentam impedir o padre de prosseguir, com esperança, o seu caminho. Por isso, devem se manter firmes em Cristo, nossa esperança, levando-O ao mundo. Aquele homem inicia possuído e encerra, após encontro com Cristo, sendo pregador, apóstolo da Palavra de Deus.
No final da noite, a oração do Ofício das Completas encerrou o primeiro dia de retiro.
Com informações: Arquidiocese de Mariana.
