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Premiado violonista congonhense é condecorado com a Medalha de Aleijadinho

Durante solenidade extraordinária de outorga da Comenda “Antônio Francisco Lisboa”, realizada na última quinta-feira (11), o Prefeito de Congonhas José de Freitas Cordeiro (Zelinho), entregou a honraria ao ilustríssimo congonhense Marcos Vinícius Cardoso, um dos concertistas de violão clássico mais respeitados na atualidade no Mundo, além de compositor. outras personalidades que contribuíram de alguma forma para o desenvolvimento econômico, social e cultural da cidade e que foram eleitas por uma comissão designada pelo Governo Municipal com este propósito também haviam sido agraciadas com a medalha do Mestre do Barroco das Américas durante as comemorações da Semana do Aleijadinho de 2017 e no decorrer de 2018. Após agradecer a homenagem que prometeu divulgar durante sua próxima turnê mundial, Marcos Vinícius anunciou que está compondo uma obra para homenagear os 12 Profetas de Aleijadinho.

O artista afirmou que, cada prêmio que se recebe na vida é sempre fruto de muita dedicação e muito amor. “Chegar onde eu cheguei, que ainda considero o primeiro degrau de uma escola muito longa, deve-se exclusivamente à força de vontade de enfrentar os obstáculos que temos. Quando conduzimos o trem da própria vida, ele tem de parar na estação onde você decidiu chegar. Levar o nome de Congonhas para todos os lugares do mundo, para mim é uma grande honra. Sem Congonhas eu não estaria onde estou. Vou divulgar este prêmio para todo o Mundo durante a enorme turnê que farei a partir de agora. Gostaria de agradecer ao prefeito Zelinho e a toda comissão que me nomeou”.

Marcos Vinícius lembra que seu interesse pela música foi despertado, quando ainda criança. Determinado dia, como sempre fazia, acompanhou outros alunos que passavam por sua rua rumo a escola. Mas não chegou. “Como também não voltei pra casa, minha mãe [Dona Celi] fez o mesmo trajeto e me viu dentro de uma loja que vendia papel higiênico, feijão, arroz, passarinho, mas onde havia um violão pendurado. Por sorte, o proprietário havia sido muito amigo do meu pai [Sr. Nelson Leão] e disse a ela: – esse menino está aqui o dia todo, já disse para ele ir pra casa. Mas eu não me movia. É como se alguma coisa me chamasse. Com muita dificuldade, a minha mãe conseguiu comprar aquele violão pra mim. Mais tarde comecei a interpretar o que foi aquele momento. Foi um enquanto, tanto é que tem um CD meu com esse título”.

O homenageado se diz um homem de sorte por ter vivido em Congonhas em um ambiente de grande efervescência cultural por volta dos anos 1970 e acredita que há espaço para se criar um movimento cultural tão forte quanto o daquela época, mas alerta: “A indústria cultural não pode depender exclusivamente de associações políticas, estas têm de dar o apoio, isso sim. Além do mais, no Brasil, os músicos vivem na zona de conforto. Não é possível se tornar um grande violonista tocando entre quatro paredes. O capitalismo torna o processo de formação musical muito veloz, o que é prejudicial para a música. Para vender CD é preciso que o músico apresente sua obra. Em todos os lugares eu peço sempre para tocar em uma escola, porque naquele dia posso despertar o interesse de algum menino e menina, ser um multiplicador. Aquele tempo pode voltar, depende muito dos artistas”.

Outras conquistas

Já fora de Congonhas, o violonista Marcus Vinícius foi diplomado com o título de Docente da Cátedra Superior em Violão Clássico pela Universidade Estadual de Minas Gerais; venceu por unanimidade o III Concurso Nacional Villa-Lobos e, recebeu de Oscar Ghiglia o “Diploma di Mérito” da Accademia Musicale Chigiana di Siena (Italia) a ele conferido como o melhor violonista do curso de aperfeiçoamento daquele ano. Foi ainda o fundador e diretor da revista especializada em violão clássico, a “Violão América”, sendo também o idealizador e criador do mais famoso grupo violonístico brasileiro, a “Belo Horizonte Guitar Ensemble.

A faceta de compositor surgiu em um segundo momento da carreira de Marcos Vinícius. “A alma de compositor é a mesma, mas com um sorriso diverso. Uma hora eu comecei a compor porque muitos violonistas que usavam meus arranjos começaram a indagar por que eu não escrevia também. Na época, pensei: não, gosto é de tocar a obra dos outros, mas no que escrevi a primeira ela começou a ser gravada por colegas e eu peguei este amor. Agora estou escrevendo música clássica e eu sabia que isso ira acontecer, porque eu tocava nas igrejas na Missa das 18h e nos casamentos. Tanto que a primeira obra que escrevi – Ave Maria – para coro a cinco vozes ganhou por unanimidade o Festival de Corus, em Kiev”.

 “Os 12 Profetas”

Marcos Vinícius já lançou 10 CD’s, como “Dedicatoria”, “My Hands…My Soul”, “Marcos Vinicius, Guitar Recital” e “Leyendas”. Do próximo constará uma composição entitulada “Os 12 Profetas”.  “Trata-se de uma obra sinfônica para coral, orquestra e solista, chamada ‘Os 12 Profetas’, que já estou escrevendo. Espero que, no mais tardar, em dois anos, seja lançada em Congonhas. Quando eu morava aqui, eu ia para frente da Basílica e ficava pensando: como pode Aleijadinho, com os braços deteriorados pela doença, ter feito uma obra esplendorosa como esta? Ele era movido pelo amor. Como se Deus dissesse para ele: – termina, você está sem braços, mas eu vou te ajudar. Quando você recebe uma mensagem, algo que passa no ar, você treme (físico) e se emociona (alma), quando as duas coisas se unem, é neste momento que você tem de fazer. Comecei a escrever esta composição e vibrei por ser um instrumento para executar esta obra, que irei terminá-la. Ao concluir a abertura da obra, um frade do Vaticano estava terminando sua tese sobre exatamente os 12 Profetas e me passou todo o material de que precisava, porque cada um deles tem sua personalidade e a música procurará refletir isso”, promete.

Fonte: Prefeitura de Congonhas.