Restrição do uso de celulares na EPCAR, em Barbacena

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Instituição pública de ensino médio, a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), em Barbacena, sempre limitou o uso como prerrogativa de ensino. E isso traz resultados, como a conquista do primeiro lugar no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023. 

Para obter melhores resultados, os estudantes da Escola Preparatória aprendem desde o 1º ano a usarem os aparelhos de maneira pedagógica. Além dos conteúdos acadêmicos, a melhor escola de ensino médio do Brasil oferta instruções de doutrina militar

O uso de celulares durante aulas e intervalos do ensino básico está proibido no Brasil desde o último dia 13 de janeiro. A Lei nº 15.100 dispõe sobre a utilização dos aparelhos portáteis, por estudantes, nos estabelecimentos públicos e privados.

Esse controle é eficaz para garantir não apenas uma rotina acadêmica equilibrada, mas também a saúde mental dos alunos. “A sociedade está sofrendo com o abuso do celular, que traz vários transtornos emocionais. Para o aluno da EPCAR não é diferente, o uso indiscriminado pode tirar a atenção e afetar o psicológico”, explica o Major Aviador Anderson Wilson Buarque Rocha, Subcomandante do Corpo de Alunos (CA).

A restrição do celular é mencionada no Manual do Aluno, documento que abrange a doutrina militar da Escola Preparatória. “O celular pode ser utilizado sempre após a rotina para fins de estudo, de comunicação com os familiares, mas desde que as regras de exposição às mídias sociais dos militares sejam respeitadas”, frisa o Major Rocha.

É principalmente para falar com os familiares que a Aluna Maria Luiza Paiva da Silveira, do 2º Esquadrão, utiliza o celular. No ano passado, a família dela morava em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul (RS). “Antes de estudar na EPCAR, eu usava o celular mais para me comunicar com minha família. Então, o WhatsApp não podia faltar e o Instagram era somente para ver notícias, manter contato com as pessoas que eu conhecia. Essa comunicação virtual aumentou por causa da distância, mas agora também uso celular e tablet para estudo, acesso o material passado pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)”, diz. 

As instruções com uso de celular são previstas na programação do ano letivo, mas sempre há supervisão dos professores, de acordo com o Major Rocha. Apenas durante a pandemia de covid-19 o uso do celular foi mais intenso, porque as aulas precisaram ser adaptadas para o formato on-line. “Naquele período houve uma flexibilização normal para evitar a disseminação da doença. Agora, o acesso ao AVA pelos computadores e celulares segue normalmente as regras da Instituição, sempre priorizando a qualidade do ensino”, acrescenta ele.

O uso pedagógico do celular entre alunos

O corpo docente da EPCAR é qualificado para ensinar com uma metodologia que incentiva a autonomia e o comprometimento dos alunos. Assim, a restrição dos celulares é só um dos inúmeros fatores que contribuem para os resultados acadêmicos da Escola Preparatória, como a nota mais alta do Brasil no último Ideb. Porém, a limitação das telas é necessária porque o ambiente escolar requer justamente concentração.

É unânime para os educadores o quanto a presença dos celulares em sala de aula prejudica o foco. “A proibição ou limitação do uso de aparelhos móveis contribui para que os alunos se dediquem mais às atividades pedagógicas, o que pode reduzir também frustrações relacionadas às dificuldades de aprendizagem. Ao restringir o uso dos dispositivos, os estudantes são incentivados a interagir diretamente com seus pares. Essa interação é essencial para o desenvolvimento de habilidades sociais e para a criação de vínculos emocionais saudáveis”, avalia a 1ª Tenente Pedagoga Aline Morais de Oliveira.

O sentimento de frustração ao acessar as redes sociais foi um pouco sentido por Maria Tafur antes do ingresso na Escola Preparatória. Aluna do 3º Esquadrão, ela conta que apesar de não usar tanto o celular, a tensão de passar ou não na prova foi acentuada naquela época com determinados conteúdos das plataformas. De 2023 para cá, com as regras e a doutrina militar, isso mudou. “Como antes o acesso era mais recorrente, eu gastava um tempo que poderia ser usado de uma forma mais proveitosa. Já na rotina atual é algo mais leve, só uso as redes sociais para interagir ou me distrair um pouco. E uso aplicativos para estudar, como o Anki, que estimula o uso do método de repetição espaçada para praticar a memória, e o Notion, um ótimo aplicativo de organização para estudos “, compartilha.

Para a 1ª Tenente Aline Morais, os celulares podem ser aliados poderosos no processo de ensino-aprendizagem, mas somente quando utilizados de forma consciente. “Existem inúmeros aplicativos desenvolvidos especificamente para promover o aprendizado de forma interativa. O uso de celulares em atividades de gamificação, como jogos educativos ou competições, pode aumentar significativamente o engajamento e a motivação dos estudantes. Ao incorporar elementos de jogo, como pontuação, recompensas e desafios, o aprendizado se torna mais dinâmico e atraente”, explica.

Cinco benefícios da restrição e monitoramento de celulares em sala de aula

1. Evita distrações e sentimentos negativos durante o aprendizado;

2. Incentiva a interação face a face entre alunos e professores;

3. Impulsiona o uso da tecnologia de forma pedagógica (pesquisas, leitura de materiais aplicativos de estudo, videoaulas, podcasts, tutoriais);

4. Torna o aprendizado mais dinâmico, acessível e enriquecedor; e

5. Estimula o equilíbrio do tempo online com outras atividades, como a prática de exercícios físicos e o convívio social.

Com informações: EPCAR.

 
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