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Tragédia em Brumadinho: a maior operação de busca e salvamento do Brasil

Trabalhos já contabilizam mais de 530 horas de ações envolvendo cerca de 1.800 bombeiros, além de outras forças de segurança

Após pouco mais de um mês do rompimento da barragem da Mina do Feijão, em Brumadinho, cerca de 1.800 bombeiros militares passaram pela operação de busca e salvamento na região, além de efetivos de outras forças de segurança e apoio. Também estiveram envolvidas 62 máquinas pesadas, 31 aeronaves, 22 equipes de cães farejadores, em mais de 530 horas de trabalho.

Esta é a maior operação de busca e salvamento interagências realizada no país. O governador de Minas, Romeu Zema, instituiu um gabinete de crise, imediatamente após a tragédia, para organizar a atuação na região atingida. A partir daí, houve a atuação harmônica e integrada de mais de 55 órgãos públicos, envolvendo a atuação em nível municipal, estadual e federal. Sendo somente do Governo de Minas mais de 25 instituições, entre secretarias de Estado, autarquias, agências reguladoras, fundações e órgãos de Justiça.

Os bombeiros mineiros contaram com o apoio do Corpo de Bombeiros de outros estados (Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Sergipe e Rio Grande do Sul), além da Força Nacional e das Forças Armas e Exército de Israel. Todos os profissionais atuaram sob o comando do CBMMG.

O volume de rejeitos, que se espalhou por uma área de 4 milhões de metros quadrados, foi de cerca de 10,5 milhões de metros cúbicos, o que equivale a 4,2 mil piscinas olímpicas. Para retirar todo esse material, foi necessário que os bombeiros organizassem um trabalho de inteligência. Para tal, o CBMMG tem em seus quadros especialistas formados nacional e internacionalmente, em países como Japão, Reino Unido e Portugal, além de um corpo técnico de engenheiros, geotécnicos, aviadores, entre outros.

Até o momento mais de 60% dos corpos dos desaparecidos já foram localizados e identificados. O CBMMG já realizou mais de 378 recuperações de corpos e segmentos corpóreos, que foram repassados à Polícia Civil (PC), responsável pelo trabalho de identificação das vítimas. Todo o trabalho de identificação é feito com um corpo de legistas da PC altamente qualificado.

Trabalhos aéreos

No primeiro mês da operação, foram feitos 299 pousos e decolagens por dia, o que resultou na maior movimentação aérea do Estado. Para se ter uma ideia, o Aeroporto de Confins realiza cerca de 260 pousos e decolagens por dia. Somente a operação aérea em Brumadinho envolveu 31 aeronaves e mais de 1.516 horas de voo até o momento. Com essa quantidade de horas voadas, utilizando o helicóptero, em condições normais de velocidade e alcance, seria possível dar quase oito voltas completas ao mundo.

Além das aeronaves, estão envolvidos nos trabalhos um balão de observação, um radar de drones, uma estrutura de controle aéreo específico e sete drones do CBMMG, com recursos de imagem termal, dando apoio às operações em terra. As aeronaves são monitoradas em tempo real graças a um sistema específico montado para a operação.

O trabalho dos cães farejadores também tem sido essencial para a operação. Nos últimos sete dias, todos os corpos e segmentos localizados foram encontrados com o apoio dos cães.

Integração

A integração tem sido aspecto fundamental da operação. A partir de uma investigação da Polícia Civil, por exemplo, foram identificados dois estelionatários -que haviam inserido nomes falsos na lista de desaparecidos com intenção de obter vantagem econômica ilícita – o que evitou buscas desnecessárias das equipes de resgate. A Polícia Militar auxilia no isolamento do local e proteção dos locais evacuados; a Defesa Civil realiza o reestabelecimento de serviços essenciais e gestão das pessoas desalojadas, entre outras atividades. O Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) monitora os impactos ambientais e implementa medidas mitigadoras, para que o impacto na fauna e flora sejam os menores possíveis.

A operação não possui previsão de término e somente existem duas hipóteses de encerramento: a localização de todos os corpos desaparecidos ou a impossibilidade real de recuperação de corpos devido à questão biológica, que diz respeito ao momento em que o estado de decomposição dos corpos impedirá a sua localização em meio ao rejeito devido à interação entre os materiais. Até o presente momento, não houve nenhum dia em que não tenha ocorrido a localização de corpos ou segmentos, o que comprova ainda ser impossível prever o término da operação.

Fonte: Agência Minas.

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