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Unimed Barbacena entrevista o médico ginecologista, Dr. André Canuto

Março, mês da mulher e entre tantos momentos que marcam a vida delas um sempre causa muita ansiedade e dúvidas: a menopausa. Esse é  o nome que se dá a última menstruação de uma mulher, que acontece devido à diminuição da produção de hormônios reprodutivos e traz alguns sintomas como a fase do climatério, calores intensos e perda de fertilidade. Muitas mulheres ainda têm dúvidas sobre esse período e dificuldade para aceita-lo. E para tirar essas dúvidas a Unimed conversou com o médico ginecologista. André Canuto.

Unimed:  Qual a idade média que a mulher entra na menopausa?

Dr. André: A idade média em que a mulher entra na menopausa é algo em torno dos 50 anos aproximadamente. As pessoas podem ter pequenas variações, às vezes dois ou três anos para menos, dois ou três anos para mais. É importante entender que menopausa é a última menstruação, e a gente considera uma mulher definitivamente menopausada quando ela já está há um ano sem apresentar ciclos menstruais.

Unimed: Dr. André, a gente escuta falar um pouco sobre menopausa precoce e eu queria que o senhor explicasse um pouco sobre esse acontecimento.

Dr. André: A menopausa precoce é definida quando a paciente começa a apresentar sintomas antes dos quarenta anos de idade. Geralmente existe o que a gente chama de insuficiência ovariana prematura. O climatério, que é o termo correto, nada mais é do que uma parada progressiva do funcionamento do ovário e quando isso acontece antes dos quarenta anos de idade, pode gerar sequelas mais precoces para a mulher como por exemplo a perda de massa óssea, a tendência a osteoporose, queda na qualidade de vida pelos sintomas, dificuldades com a atividade sexual pela atrofia genital que acontece. Isso vai acontecer com todas as mulheres ao longo do tempo, mas na menopausa precoce essa mudança é mais dramática, mais acentuada e como o nome diz, precoce, vai gerar para ela consequências mais cedo.

Unimed: E é possível amenizar esses sintomas da menopausa, seja na precoce ou na menopausa no período correto?

Dr. André: Sim, existem tratamentos. Os principais sintomas que são as ondas de calor que a gente chama de fogachos, ou então a sudorese que acomete principalmente no período noturno e que interfere muito na qualidade de vida da mulher, hoje em dia a mulher é muito ativa, cuida do trabalho, família e de várias atividades, ela consegue ter melhora dessa qualidade de vida. Um dos tratamentos que é preconizado, com vantagens e desvantagens, com riscos e benefícios mas que comprovadamente melhora esses sintomas é a reposição hormonal com os hormônios estrogênio que são os mais necessários ou então a associação dos estrogênios com a progesterona, isso promove uma melhora na qualidade de vida e vai amenizar vários desses sintomas, melhorar o bem estar da paciente.

Unimed:  Sobre climatério, é a mesma coisa que menopausa?

Dr. André: Não, climatério é um termo mais genérico, nós temos dois momentos na vida de mudança do período reprodutivo. Existe um termo que a gente chama lá no início quando a menina tem dez, onze anos de idade que a gente chama de puberdade e dentro desse evento puberdade, que dura quatro, cinco anos, nós temos a primeira menstruação, que a gente chama de menarca. Do mesmo modo, no final da vida reprodutiva, por volta dos 50 anos, um pouquinho antes ou um pouquinho depois, existe o climatério que também dura alguns anos e onde a menopausa é só um fenômeno dentro do climatério. O climatério é um termo mais abrangente que implica não só na parada da menstruação, que a gente definiu como menopausa, como também esses sintomas vasomotores de ondas de calor, de fogachos, de sudorese, de irregularidades da menstruação que geralmente precedem a parada definitiva, no longo prazo a carência do hormônio estrogênio pela falha do ovário vai levar a atrofia da região genital e isso causa sintomas como coceira que é o prurido, sintomas como dificuldade para ter atividade sexual, dor, sangramento, desconforto e no longo prazo. Também o hipoestrogenismo por longo tempo vai levar a perda de massa óssea que é a osteopenia ou então mesmo a instalação da doença osteoporose. Então o termo climatério abrange todo o conjunto de alterações que marcam o final da vida reprodutiva da mulher.

Unimed: E a mulher quando está no climatério ainda consegue engravidar?

Dr. André: Este é um grande mito, conseguir consegue. Enquanto ainda existir algum folículo, alguma possibilidade de alguma ovulação teoricamente ainda há possibilidade de fertilidade, mas obviamente a fertilidade vai declinando conforme os anos vão passando, então quanto mais adiantado, mais velha, maior a irregularidade menstrual, menor é a fertilidade. É um mito dizer que a fertilidade possa estar especialmente aumentada nessa época, é exatamente o contrário.

Unimed: Mulheres que usam pílula anticoncepcional desde muito novas podem ter o processo de menopausa acelerado?

Dr. André: De jeito nenhum, é outro mito sem fundamento, a regressão dos folículos que contêm os óvulos no ovário ele é contínuo na vida da mulher desde antes do nascimento, acontece mesmo durante a infância, acontece mesmo durante o período reprodutivo da vida, independentemente de ter gravidez ou de não ter, de ter parto ou de não ter, de amamentar ou não, então o climatério é a regressão dos folículos que contém os óvulos e isso não depende de usar anticoncepcional ou de não usar.

Unimed: Aceitar essa mudança no corpo é essencial para viver bem nessa nova etapa. Queria que a gente encerrasse essa conversa com o senhor deixando uma palavra final para essas mulheres, principalmente para as que estão passando por esse momento de mudança no corpo da chegada da menopausa.

Dr. André: A gente deve ter uma abordagem mais completa, mais integral, mais holística da paciente nessa situação. Eu citei aqui o exemplo da reposição hormonal e é um tratamento útil, bem- vindo, quando respeitadas as indicações e as contra- indicações, mas não é só isso, também tem mudanças de estilo de vida, então é hora de se olhar a qualidade de uma alimentação mais saudável,  de iniciar a prática de atividades físicas após uma avaliação médica, é hora de controlar outras doenças que podem existir paralelamente ao período do climatério, como por exemplo a hipertensão, diabetes, problemas da tireoide e outros, como elevação do colesterol, do triglicérides, que são comuns nessa faixa etária. E além do mais o estilo de vida saudável implica em abandonar o tabagismo, diminuir o consumo de álcool e os níveis de estresse. O importe é se olhar por completo, se amar, se cuidar e aceitar as mudanças, buscando ajuda médica profissional para viver com saúde por este momento.

Dr. André Canuto – Médico Ginecologista e Obstetra –CRM: 26999

Fonte: Unimed Barbacena.

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