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Se a busca por um dos leitos da Santa Casa de Belo Horizonte já era difícil para o paciente, agora a missão se torna praticamente impossível. Na última semana, o hospital, que é o maior de Minas e o terceiro em número de internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS), fechou mais 400 vagas por falta de recursos. Dos 1.086 leitos, menos de 500 estão em funcionamento. O Grupo Santa Casa acusa prefeitura, Estado e Ministério da Saúde de falta de repasses, mas os envolvidos negam.

O provedor da entidade, Saulo Coelho, está a frente da Santa Casa há 17 anos e demonstra preocupação. “Nós não recebemos o reajuste da Tabela SUS há dez anos. Com isso, os médicos recebem pelo SUS, por consulta, apenas R$ 10. Para ajudá-los, nós completamos esse valor com mais R$ 18”, disse, sem apresentar documentos.

Segundo o Datasus, base de dados do SUS, mais de 43,6 mil internações foram realizadas na Santa Casa de BH em 2016. A instituição informou que, no ano passado, mais de 70% do atendimento foi de moradores da capital. Os outros 30% se dividiram entre pacientes de 694 municípios de Minas e de cem cidades de outros Estados, que também enviaram pessoas para o hospital no ano passado.

De acordo com o superintendente de Planejamento de Finanças da Santa Casa, Gonçalo Barbosa, o hospital tem, atualmente, um déficit acumulado de R$ 40 milhões em dívidas correntes (vencidas e a vencer). Além disso, existe um débito escalonado de R$ 140 milhões com bancos e fornecedores e mais aproximadamente R$ 300 milhões em tributos.

O Ministério da Saúde afirmou, em nota, que os repasses estão regulares e são enviados mensalmente para os Fundos Estaduais e Municipais de Saúde, ficando a cargo deles o controle dos serviços. A Secretaria Municipal de Saúde disse que está em dia com a Santa Casa. A Secretaria de Estado não se posicionou.

Números. O orçamento mensal previsto para a Santa Casa é de cerca de R$ 38 milhões. Entretanto, estariam em atraso mais de R$ 23 milhões. Por leito, o orçamento estimado é de R$ 20.534,07.

 

Raio  X

Número de leitos do SUS: 1.086
Número de leitos de UTI: 170
Consultórios: 68
Salas de exame: 25
Bloco cirúrgico: 1
Internações mensais: 3.636
Cirurgias mensais: 1.473
Partos mensais: 329
Sessões de quimioterapia por mês: 755
Sessões mensais de hemodiálise: 4.425
Sessões mensais de radioterapia: 5.452
Cirurgias em 2016: 16 mil

 

Instituições tem R$ 250 mil para receber.

“As Santas Casas e os hospitais filantrópicos de Minas Gerais estão à beira de um colapso”. A declaração é da presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais (Federassantas), Kátia Rocha. Segundo ela, somente o Estado tem uma dívida de R$ 250 milhões com as 314 instituições mineiras. O débito se arrasta desde agosto do ano passado.

“A crise é sem precedentes. Nós realmente achamos que teríamos uma mudança agora em 2017, mas não é isso que está acontecendo”, afirmou.

Segundo Kátia, na tentativa de manter os serviços funcionando, os hospitais têm que contrair dívidas com bancos e fornecedores, que já começaram a recusar os empréstimos.

 

Fonte; Jornal O Tempo.

Foto/Arquivo: Grupo Santa Casa.