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Interditado, Museu George Bernanos  apresentado danos estruturais em Barbacena

Durante vistoria, foram constadas diversas rachaduras na estrutura, afundamento de piso e risco de incêndio. Acervo precisou ser retirado do local.

Interditado desde março por problemas estruturais, o acervo do Museu George Bernanos precisou ser retirado do local para manter a integridade dos objetos e pertences de George Bernanos.

Os objetos foram levados para a Casa de Cultura de Barbacena, que deu início a um levantamento dos objetos na tarde da segunda-feira (14), segundo a Prefeitura.

De acordo com a Defesa Civil, foi feita uma vistoria no local no dia 24 de fevereiro. No boletim emitido pelo órgão após a vistoria, foram constatadas diversas rachaduras na parte externa e interna, afundamento em parte do piso, além de diversas trincas nos pontos de apoio do madeiramento do telhado. Além disso, parte da fiação encontra-se exposta, gerando risco elevado de incêndio.

Em nota enviada a reportagem na segunda-feira (14), a diretoria da Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Desporto de Barbacena informou que está acompanhando a situação do museu e que a interdição “foi uma forma preventiva para que seja evitado um problema maior, além de ser o primeiro passo para que o poder público devolva a população um espaço seguro e rico culturalmente”, cita.

 

Boletim da Defesa Civil

Em vistoria realizada no dia 24 de fevereiro, foram constatadas problemas estruturais na parte externa e interna do museu, além de risco elevado de incêndio.

Veja na íntegra o boletim emitido pela Defesa Civil.

“A Defesa Civil Municipal foi acionada, pela Secretaria Municipal de Educação, Desporto e Cultura, para realizar vistoria e exarar parecer acerca da situação estrutural do museu George Bernanos. In locu, verificamos que na parte perimetral existem algumas árvores de grande porte com projeções de galhos gerando risco iminente sobre as estruturas do museu, bem como a transeuntes, inclusive com queda consumada sobre o telhado, causando colapso na estrutura de sustentação.

Na parte estrutural externa, foram verificadas rachaduras de extensões variadas em diferentes áreas e afundamento em parte do piso. Existem também diversas trincas e rachaduras, principalmente, nos pontos de apoio do madeiramento do telhado.

Já na parte interna do museu, o madeiramento que sustenta o telhado encontra-se em estado avançado de deterioração por xilófagos, o revestimento de madeira do forro tem vários pontos colapsados e alguns já desabaram. Grande extensão do piso de madeira encontra-se em estado avançado de degradação e em vários pontos a estrutura de sustentação foi destruída pela ação do tempo.

Parte da fiação elétrica encontra-se exposta, com boquilhas enferrujadas gerando grande risco de curto circuito e consequentemente de incêndio em toda a estrutura de madeira. Salvo melhor juízo, entende este vistoriador que existe RISCO ELEVADO de incêndio por curto circuito elétrico, de colapso e desabamento de teto e forro e também de afundamento de alguns pontos do piso, além disso, existe grande risco de afetação da estrutura do telhado por queda de galhos de arvores que estão projetando perigosamente sobre o mesmo, inclusive com risco consumado.

O acesso interno ao museu foi INTERDITADO PREVENTIVAMENTE, sendo solicitado o corte da energia elétrica e imediata retirada de todo o acervo histórico. Em consequência será lavrado o AUTO DE INTERDIÇÃO DEFINITO”.

 

O que diz a Prefeitura

“A Diretoria de Cultura, Turismo e Desporto de Barbacena comunica que desde o começo do ano tem olhado com atenção a questão dos museus municipais e a importância da manutenção histórica de Barbacena. Em março, uma equipe técnica multissetorial visitou o museu Georges Bernanos para analisar a situação geral do espaço.

Com uma análise minuciosa, a Defesa Civil de Barbacena, através de visita In locu, percebeu durante a vistoria diversos problemas que geravam risco a estrutura do museu e em consequência disso foi lavrado um auto de interdição no dia 02 de março.

A interdição foi uma forma preventiva para que seja evitado um problema maior, além de ser o primeiro passo para que o poder público devolva a população um espaço seguro e rico culturalmente. A Diretoria de Cultura juntamente com a Secretaria Municipal de Obras Públicas tem feito os esforços e atua com a máxima responsabilidade diante de estudos técnicos elaborados por profissionais competentes para que o espaço seja reformado e reaberto sem causar nenhum dano ao patrimônio e aos usuários do museu”.

 

George Bernanos

Georges Bernanos (Paris, 20 de fevereiro de 1888 — Neuilly-sur-Seine, 5 de julho de 1948) foi um escritor e jornalista francês. Bernanos participou intensamente da vida política de seu país: foi soldado de trincheira na Primeira Guerra Mundial e repórter na Guerra Civil espanhola.

Em 1917, casou-se com Jeanne Talbert d’Arc e tiveram seis filhos: Chantal, Yves, Claude, Michel, Dominique, Jean-Loup. Passou a infância em Fressin (Pas de Calais).

Chegou ao Brasil aos 50 anos de idade acompanhado da mulher, seis filhos e de um sobrinho. Primeiro foi para Itaipava, no estado do Rio de Janeiro, depois residiu em Juiz de Fora, Vassouras e Pirapora onde escreveu “Les enfants humiliés” e tentou a criação de gado.

Numa série de artigos posicionou-se contra o armistício franco-germânico. Durante a Segunda Guerra Mundial permaneceu no Brasil, residindo entre 1938 e 1945 em Barbacena, Minas Gerais, numa casa situada no bairro Cruz das Almas, hoje nomeado de Bairro Vilela, que lhe foi oferecida por amigos. Nesta casa escreveu “Lettre aux Anglais”, “Le Chemin de la Croix-des-Ames” e “La France contre les Robots”. Esta casa hoje se transformou no Museu George Bernanos. Ali veio a terminar a sua obra Monsieur Ouine, que publicou na França, por ocasião do seu regresso em 1946.

Fonte: Victória Jenz-G1 Zona da Mata/fotos: Defesa Civil.

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