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DECLARAÇÃO AO DIRETÓRIO ESTADUAL DO PARTIDO NOVO E LIDERANÇAS

Prezados Líderes Estaduais do Novo Minas Gerais

A ação unilateral tomada pelo grupo de filiados de Barbacena nos últimos dias expôs publicamente a insatisfação latente no Partido Novo, de um modo geral, com as decisões do Diretório Nacional . Exprimiu o que já havíamos exposto na reunião conjunta que realizamos recentemente em Belo Horizonte entre líderes de micro e de meso.

A decisão de Barbacena em judicializar a questão adveio do receio,  de que, principalmente, o Diretório Nacional pudesse de cara negar a criação do Diretório Municipal, ou mesmo o Diretório Estadual ser forçado a tomar esta decisão por solicitação do Nacional. Reforço que não há por parte das lideranças locais qualquer tipo de animosidade com o Diretório Estadual, aliás, no Estadual somos sempre muito bem recebidos, há diálogo, as decisões são todas planejadas em conjunto. O que irritou profundamente os filiados de Barbacena foi a decisão unilateral do Diretório Nacional, em exigir o número mínimo de 150 filiados para abertura de um diretório e apresentação de candidatos em 2020. O fundo de toda a controvérsia e discussão reside nesta decisão arbitrária do Diretório Nacional.

Acredita o grupo de filiados de Barbacena na autonomia política, inclusive financeira, de cada núcleo local. Se há cidades que percebem potencial para candidaturas, sejam que número tenham estes municípios, quantos estejam filiados, precisamos confiar. Evidente, como pensa o Diretório Nacional, será necessário que para ter autonomia o diretório local tenha um número mínimo de filiados que o torne viável. Mas, não concordam as bases, num número fixo e arbitrário, como foi o estabelecido pelo DN, em 150 filiados. Construir, de comum acordo com a base partidária um número proporcional por número de eleitores em cada município, é o que seria adequado.

Cientes de que o Diretório Estadual, o tempo todo, trabalhou junto ao Diretório Nacional apresentando estas contrapropostas, e, diferente das críticas que o grupo local recebeu no sentido de que não trabalharam para aumentar as filiações locais, na verdade, o trabalho foi sim realizado, continua sendo disseminado, mas, não conseguimos elevar o número local por características muito próprias da política local e regional. Fazer política  numa cidade como Barbacena e de modo geral no interior é muito difícil. Não se consegue facilmente filiados dispostos a lutar contra políticos profissionais  e que comandam os ditames locais há décadas. A eleição de Romeu Zema em Minas Gerais deu um gás especial a esta luta contra a velha política e, em especial, fui consultado por diversos grupos de novas lideranças em cidades muito menores que Barbacena, em nossa mesorregião (Barbacena, Conselheiro Lafaiete e São João Del Rei), que estavam dispostos a renovar a política em seus respectivos municípios. A medida defendida pelo Diretório Nacional afastou esta possibilidade, houve um esfriamento, um desânimo geral nessas pequenas cidades para montar, pelo menos, um grupo de filiados do partido.

E, frente a todas estas questões, revoltados com a frustração de verem seus esforços anulados por uma decisão superior e unilateral, foi tomada em conjunto a derradeira opção pela judicialização.  Não foi uma decisão fácil. Temos, por todos do Novo em Minas Gerais um especial carinho e respeito. E, em especial, eu, na condição de Líder de Mesorregião, tive que me posicionar. O que fazer? Simplesmente acatar as orientações definidas pelo DN e me opor aos meus liderados? Agir unilateralmente e abafar a insatisfação local? Contemporizar? Autorizar a ação do grupo local, mas me colocar à margem do processo? Lavar as mãos?

A vida é feita de decisões e não se posicionar é o pior dos erros.

Com todo respeito, prefiro liderar e representar um grupo engajado e ativo que um grupo morto.

A minha decisão foi dar continuidade ao posicionamento dos liderados locais que ativamente e com muito engajamento veem trabalhando com muita garra pelo Novo em nossa mesorregião. O grupo de Barbacena é um dos primeiros que se formaram em 2015, antes mesmo do Novo ser um partido oficialmente reconhecido. Não são melhores, nem piores que qualquer outro grupo de Minas Gerais, um estado que fez diferença e a clara opção pela renovação no Brasil nas últimas eleições.  O grupo de Barbacena é tão Novo quanto todos os outros grupos de Minas, lutando pelos seus ideais e pelos seus mais caros valores.

O momento foi democrático. A decisão, sem dúvida, unilateral, mas corajosa.

Não me posicionei antes, porque esperei pela reunião presencial que o Grupo de Barbacena realizou ontem à noite visando avaliar as repercussões do processo que foi aberto contra o Novo. As nossas decisões são todas avaliadas em equipe. Nada é decidido unilateralmente. Partimos do respeito à liberdade individual do cidadão e, principalmente, pelas decisões democráticas tomadas num ambiente de livre iniciativa e respeitoso debate.

Com todo respeito e consideração, coloco-me mais uma vez à disposição do Diretório Estadual de Minas Gerais para continuar representando  a mesorregião de Barbacena e, neste momento, em especial, o Grupo de Filiados do partido em Barbacena. Estou à disposição, como sempre estive, para o diálogo, a construção sadia e o respeito às decisões tomadas em comum acordo e num ambiente democrático. Tanto para os meus liderados, em Barbacena ou outra microrregião, junto ao Diretório Estadual ou em outra instância do partido, estou à disposição para representar, intermediar e servir aos propósitos de uma construção sã e democrática a favor de um Novo Brasil.

Do contrário, não sendo do acordo de meus liderados e líderes e/ou interlocutores, estou à disposição para transferir a outra pessoa mais capacitada e ideal para o momento a representação regional ou local. Não me apego a cargos, não tenho interesses eleitorais. Eu fui escolhido pelos grupos locais da mesorregião, em caráter democrático, para representa-los, representar seus interesses, advogar pelos seus ideais. Não posso agir de forma diferente.

Eu escolhi fazer parte do Novo apenas por questões ideológicas. Não abro mão de meus princípios, tanto quanto respeito os princípios de cada interlocutor com que abro um debate ou tentamos buscar um consenso. Não é do meu feitio e de minha personalidade carregar os debates para o âmbito pessoal. Animosidades fazem parte das ações humanas, mas a briga pessoal não é sadia, não é construtiva e é inócua. Por isto, meu silêncio, quando sou atacado indevidamente, até mesmo injustamente. Compreendo que faz parte das paixões imediatas ações desta natureza. O tempo diz o contrário.

Encerro, mais uma vez, colocando-me à disposição de todos os grupos, locais, regionais e do Novo Estadual. No que for possível a minha contribuição para a construção de um posicionamento de interlocução, negociação e melhor definição dos rumos do Novo em Minas Gerais, contem comigo. Mas, reforço, não vou jamais poder me posicionar contrário às decisões locais de meus representados. Acredito na autonomia local das pessoas, na força das ações municipais. Posso errar muitas vezes, por diversas vezes, mas não tenho o direito de errar contra meus próprios princípios.

Cordialmente,

Silvério Ribeiro

Barbacena, 04 de julho de 2019.

Fonte: Divulgação/Foto: Arquivo pessoal.