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Representantes do NOVO em Barbacena são destituídos pelo Diretório Estadual

Frente à decisão tempestiva do Núcleo do partido em Barbacena, Diretório Estadual decide pela destituição dos principais líderes da sigla na cidade e região.

 

Após decisão tomada na semana passada e, publicada com exclusividade aqui no Vertentes das Gerais,  o Núcleo do Partido Novo em Barbacena resolveu judicializar a formação do Diretório da sigla em Barbacena, uma decisão voltada para tentar garantir a participação dos integrantes barbacenenses nas eleições de 2020.

O Núcleo local se opõe a uma decisão do Diretório Nacional do Novo que prevê a obrigatoriedade da existência de 150 filiados no mínimo para a abertura de diretório e participação nas eleições. Os filiados locais, contrários a esta visão do partido,  batalham a meses,  pela aceitação da sigla de uma regra flexível para a existência de um número mínimo conforme a proporção de filiados existente em cada cidade. O último recurso foi entrar na justiça, com um mandado de segurança no TSE – Tribunal Superior Eleitoral para tentar garantir a abertura do diretório na cidade.

Destituído da representação regional do partido na última quinta-feira (04/07), Silvério Ribeiro concedeu entrevista ao Vertentes das Gerais:

VG: Silvério, como você recebeu a notícia de sua destituição da liderança de mesorregião (Barbacena, Conselheiro Lafaiete e São João Del Rei):

R: Ficou claro para nós em Barbacena que o Diretório Estadual optou em alinhar-se totalmente com o Diretório Nacional em sua forma de agir. O Nacional é que tem este estilo de ação, autocrático, com decisões de cima para baixo, com pouco diálogo, sumariamente. Entendo que o Estadual  frente à opção do Grupo de Barbacena em judicializar a questão passou a ter o direito de agir desta forma, garantindo assim o atendimento às últimas resoluções definidas pelo Nacional.

VG:  Você recebeu a informação de sua destituição pelo Whatsapp.  Esta forma de comunicação do Diretório Estadual te constrangeu  de alguma forma?

R: Não. Absolutamente. O whatsapp é hoje uma ferramenta universal de comunicação. Quando o grupo de Barbacena decidiu abrir o seu diretório na marra, comunicamos a eles também pelo whatsapp. Todos os interlocutores do Diretório Estadual que lidaram comigo nestes últimos dias me trataram com muito respeito e consideração. De minha parte não há rancor, nem mágoa. Eu encaro todas estas questões em âmbito institucional, não levo nada para o lado pessoal.

VG: Você afirmou que vai continuar filiado ao Novo. Porque permanecer no partido?

R: Vou continuar filiado sim, porque acredito nos valores pregados pelo Partido Novo. Hoje, a sigla é a única no Brasil que apresenta realmente propostas liberais e possíveis para mudar a triste realidade nacional. Acredito nas ideias, elas são permanentes. E, acredito, um dos maiores erros dos embates políticos é divergir e, quando há divergência, optar por exclusões, destituições  e afastamentos. Isto não é agir democraticamente. Divergir faz parte da condição humana e, no campo da política, ao contrário do que a maioria pensa, a divergência é saudável, construtiva. A senha correta é saber lidar com o diferente, com o que se opõe. Se o Novo aprender a lidar corretamente com suas  divergências internas, terá tudo para ser realmente um Novo partido no cenário nacional. Do contrário, vamos cair na vala comum do partidarismo fisiológico. A minha permanência como filiado é contribuir para este novo patamar de construção partidária que ainda não existe no Brasil.

VG: A decisão dos filiados em Barbacena expôs uma divisão ideológica que existe de fato dentro do partido?

R: De ideologia não! Os filiados estão alinhados com a visão de governo e Estado que o Novo propõe. O liberalismo ideológico faz parte do DNA do partido. O problema está envolvendo é diretamente a gestão do partido, em especial do Diretório Nacional. Pregar e valorizar a ação dos indivíduos, a construção democrática e liberal das questões , não podem ficar somente na propaganda difundida pelo partido. Este viver democrático, esta construção levando em conta o indivíduo tem que acontecer efetivamente dentro do partido. O fundo de toda esta controvérsia é exatamente isto, um problema de gestão interna.

VG: Esta decisão do partido acaba expondo uma prática que não parece tão nova assim?

R: O Novo é sim e, continua sendo uma nova opção para a política brasileira. Eu vou além na avaliação do que está acontecendo com o Novo. A questão deixa de ser política e passa a ser cultural. Os partidos brasileiros não estão ainda amadurecidos para a construção democrática de seus programas internos e, principalmente, na sua gestão interna. Vejam como naturalmente são aceitas as divergências internas no Partido Conservador britânico ou nos partidos Democrata e Republicano nos EUA. A divergência nestes países é entendida como construção democrática. Aqui, no Brasil, ainda é encarada como briga, rompimento, questões pessoais.  Trata-se de um processo de amadurecimento político, social e cultural que ainda não atingimos como nação. Recentemente lancei um livro, A República dos Canalhas que versa justamente sobre nossa cultura política e trata destes aspectos. Paciência! Vamos persistir nesta Nova Visão, nesta Nova forma de fazer política que acreditamos.

A decisão judicial do Novo Barbacena foi avaliado no dia de ontem pela Ministra Rosa Weber. Ainda não há uma decisão definitiva do TSE e o processo foi encaminhado, sem caráter de urgência, para o ministro relator Jorge Mussi.

Além de Silvério Ribeiro foram destituídos, Sérgio Ribeiro que era o representante da microrregião de Barbacena e Ana Maria Canton Vidal, representante do Núcleo local do Novo em Barbacena.

Os filiados do Novo na cidade continuam se fazendo representar, agora pelo empresário José Mário Nogueira, presidente do Diretório Municipal, ainda não reconhecido pelo partido.

Foto/crédito: Paulo Lima.

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